Zygmunt Bauman já dizia: vivemos tempos líquidos. Hoje, nossas relações são frágeis, fugazes e maleáveis, segundo ele e segundo qualquer um que saiba como nossa sociedade funciona. Basta um celular e algumas contas em redes sociais para perceber como, nessas plataformas, nos reduzimos a cliques e representações deturpadas da realidade. Vivemos numa sociedade do espetáculo, tal como Guy Debord em 1967 caracterizou nosso modo de vivência. Em Black Mirror, uma série da Netflix que conta uma diferente história a cada episódio, uma história de uma mulher é contada e nesse mundo fictício, mas não tanto assim, que ela vive, a vida das pessoas gira em torno de avaliações na rede social. Nesse contexto, a personagem tenta de tudo para alavancar sua avaliação e obter prestígio e vantagens por ser influente, porém, as coisas não são tão simples assim para ela. Não irei contar o fim da história, mas ele relata o que acontece com a geração mais jovem. Assim como a personagem, as pessoas que colocam a aceitação social através das mídias como lastro de suas vidas quando não atingem o resultado esperado, os problemas começam. Baixa autoestima, depressão, ansiedade. Essas são consequências apontadas pela Royal Society for Public Health (RSPH). Portanto, torna-se nítido que a sociedade do espetáculo nos influencia a buscar aceitação através da exposição de nossas vidas, nosso cotidiano, nossas viagens, nossos alimentos, enfim, qualquer coisa que possa gerar engajamento.
Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001.
DEBORD, Guy. A separação consolidada In: A sociedade do espetáculo. Projeto Periferia.
Imagem disponível em: https://www.iberdrola.com/compromisso-social/como-redes-sociais-afetam-jovens.
Royal Society for Public Health. Social media and young people's mental health and wellbeing. Disponível em: https://www.rsph.org.uk/static/uploaded/d125b27c-0b62-41c5-a2c0155a8887cd01.pdf - Acesso em 14 de ago de 2021
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